Optchá meu Povo Cigano!!

Optchá meu Povo Cigano!!
Fatima Silva Amaya

Gitana Fatima Silva Amaya

12 de fevereiro de 2011

Origem do povo gitano


A ORIGEM

A origem indiana dos ciganos é hoje admitida por todos os estudiosos. População indo-européia, mais especialmente indo-iraniana: não há dúvidas quanto ao que diz respeito à língua e à cultura. Os indianistas modernos, no entanto, têm tendência a não considerá-lo um grupo homogêneo, mas um povo viajante muito antigo, composto de elementos diversos, alguns dos quais poderiam vir do sudeste da Índia. 
A maior parte dos indianistas, porém, fixa a pátria dos ciganos no noroeste da Índia. A maioria, igualmente, os ligam à casta dos párias. Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições. Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados. 


Um dos nomes mais freqüentemente dados aos ciganos era o de Egypcios. Por que esse nome, por que os títulos de duque ou conde do Pequeno Egito adotados com freqüência pelos chefes ciganos? Uma crônica de Constâncio menciona os "Ziginer", que visitam, em 1438, a cidade de uma ilha "não distante do Pequeno Egito". Um dos principais centros na costa do Peloponeso encontrava-se ao pé do monte Gype, conhecido pelo nome de Pequeno Egito. 

Pode-se perguntar por que o local era chamado de Pequeno Egito. Não seria justamente por causa da presença dos Egypcios? O certo é que não pode se tratar do Egito africano. O itinerário das primeiras migrações ciganas não passa pela África do Norte. O geógrafo Bellon, ao visitar o vale do Nilo no século XVI, encontra, diz ele, pessoas designadas de Egypcios na Europa, pessoas que no próprio Egito eram consideradas estrangeiras e recém-chegadas.


Nenhum argumento histórico ou lingüístico permite confirmar a hipótese de algum êxodo dos ciganos do Egito, ao longo da costa africana para ganhar, pelo sul, a península ibérica. Ao contrário, os ciganos chegaram à Espanha pelo norte, depois de terem atravessado toda a Europa. 

O cigano designa a si próprio como Rom, pelo menos na Europa (Lom, na Armênia; Dom, na Pérsia; Dom ou Dum, Síria) ou então como Manuche. Todos esses vocábulos são de origem indiana (manuche, ou manus, deriva diretamente do sânscrito) e significam "homem", principalmente homem livre. "Rom" e "Manuche" se aplicam a dois dos principais grupos ciganos da Europa Ocidental. Uma designação logrou êxito, a de uma antiga seita herética vinda da Ásia Menor à Grécia, os Tsinganos, dos quais subsistia - quando da chegada dos ciganos à terra bizantina - a fama de mágicos e adivinhos. 


Os gregos diziam Gyphtoï ou Aigyptiaki; os albaneses, Evgité. Depois que partiram das terra gregas, ficou-lhes esse nome, sob diversas formas. O nome Égyptien era de uso corrente na França do séc. XV ao XVII. Em espanhol, Egiptanos, Egitanos, posteriormente Gitanos (de onde surgiu Gitans em francês); às vezes em português Egypcios; em inglês Egypcians ou Egypcions, Egypsies, posteriormente Gypsies; em neerlandês, Egyptenaren, Gipten ou Jippenessen.



HISTÓRIA DOS CIGANOS
Gypsies, gitanos, zíngaros, ciganos...
Há poucos registos sobre a origem dos ciganos, que permanece um mistério. O que hoje se sabe, graças a indícios nos vários dialetos do seu idioma – o romani – é que vieram do norte da Índia para o Médio oriente há cerca de mil anos. Trabalhavam como menestréis e mercenários, ferreiros e artistas, damas de companhia e aios. Acreditando que os ciganos vinham do Egito, os ingleses chamaram-nos de "gypsies". Porém, os ciganos chamam a si próprios "rom", que significa "homem" no seu idioma.

Distribuíram-se por várias zonas da Europa, mas as razões históricas que levaram ao seu nomadismo devem-se essencialmente à sua difícil integração social. Devido ao tom escuro da sua pele, eram vistos nas terras onde chegavam pelos gadje (estrangeiros em romani) como malditos ou enviados do demônio. Por outro lado, o fato de alimentarem práticas de quiromancia e adivinhação fez com que fossem repudiados pela Igreja Católica e pelas diferentes religiões cristãs.

Na Europa, a perseguição aos ciganos não se fez esperar. O Estado, que viu no seu nomadismo uma ameaça social, mais propriamente através da Inquisição, desencadearam os seus mecanismos de perseguição. Os ciganos foram assim proibidos de usar os seus trajes típicos, cujas cores berrantes e gosto extravagante fugiam à norma social, de falar a sua língua, de viajar, de exercer os seus ofícios tradicionais ou até mesmo de se casar com pessoas do mesmo grupo étnico. Isto fez com que os traços fisionômicos doa ciganos se alterassem, e por isso não é hoje invulgar encontrar ciganos de olhos claros e cabelo louro. Em alguns países foram mesmo reduzidos à escravidão: na Romênia, os escravos ciganos só foram libertados em meados do séc. XIX. Em períodos mais recentes, juntamente com os judeus, prevê-se que talvez cerca de meio milhão tenha perecido no Holocausto nazi. Os seus cavalos foram mortos a tiro, os seus nomes alterados (daí que não seja invulgar encontrar ciganos com nomes dos gadje) e as suas mulheres foram esterilizadas. Os seus filhos foram brutalmente retirados às suas famílias e entregues a famílias não-ciganas. Esta prática foi vigente na Suíça até 1973.

No entanto, e apesar destas chacinas e perseguições, o nº de ciganos vem aumentando. Estima-se que hoje existam entre 8 a 12 milhões de ciganos dispersos pela Europa, o que os torna a minoria mais populosa do continente europeu. É difícil determinar o nº exacto, pois há ainda muitos ciganos vivendo na ilegalidade e sem qualquer registo. Centenas de milhares de ciganos emigraram para o continente americano. Os ciganos, ao contrário dos judeus, nunca demonstraram um desejo de ter o seu próprio país, assumindo-se párias. Nas palavras de Ronald Lee, escritor cigano nascido no Canadá, "a pátria dos rom é onde estão os meus pés".



No passado, os ciganos eram freqüentemente punidos com a deportação. Alguns chegaram à América do Norte como prisioneiros ou servos sobre contrato, pouco após o desembarque em Plymouth dos primeiros colonos ingleses em 1620. Foram expulsos da Inglaterra por força de várias leis, entre as quais a Lei para o Castigo de Malfeitores, Vagabundos e Mendigos Inveterados, do séc. XVI. Porém, a maioria dos ciganos que hoje vivem nos EUA - as estimativas variam de 75 mil a 1 milhão - veio da Europa Central e Leste Europeu.

Após a Segunda Guerra Mundial, muitos ciganos das áreas rurais da Eslováquia foram forçados pelos governos a trabalhar nas fábricas da Morávia e da Boémia, as regiões centrais, mais industrializadas, do território checo. Porém, em 1989, com a Revolução de Veludo e o fim do comunismo no país, os ciganos foram os primeiros a perder os seus empregos, até então garantidos por um regime que pregava a igualdade e homogênea social. É verdade que existe uma pequena e assimilada elite intelectual cigana, mas a maioria dos ciganos da Europa Central ainda vivem em esquálidos cortiços das grandes cidades. Junte-se a isso as perspectivas econômicas sombrias, um surto de ataques neonazis e o fascínio que a prosperidade ocidental exerce e temos um panorama desolador da região do mundo que mais ciganos alberga. O resultado é que milhares de ciganos emigram para países ocidentais, onde trabalham ilegalmente, pedem esmola ou buscam asilo político. Alarmada, a União Européia reage reprimindo a imigração e restringindo tanto os ciganos como os gadje. É curioso revelar que, em países como a Romênia, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polônia e Bulgária, dos requisitos para a integração da UE faz também parte o fim de medidas discriminatórias contra os ciganos.

Ao pesquisar a origem de muitas palavras do idioma romani, delineia-se uma trilha geográfica que permite localizar os roms na Índia, há mil anos atrás. Uma teoria sugere que os roms saíram da Índia para fugir dos muçulmanos. Depois de atravessarem a Pérsia e viverem durante séculos no Império Bizantino, foram para norte no séc. XIV. Portugal foi um dos países que deportou muitos ciganos para as suas colônias, neste caso África e Brasil. 



No final do séc. XIX houve uma terceira migração de roms do leste Europeu para os EUA. Sem pátria, num mundo onde tudo muda a uma velocidade alucinante, o destino previsto para os roms é, muitas vezes, sombrio. Mas a história comprova que o grande talento deles foi conseguir sobreviver à hostilidade dos seus hospedeiros, sempre infinitamente mais poderosos. Para resistir aos golpes da animosidade e ao abraço forçado da assimilação, permaneceram fiéis ao espírito livre do seu povo.
  
Ciganos é um exônimo para roma (singular: rom; em português, "homem") e designa um conjunto de populações nômades que têm em comum a origem indiana e cuja língua provinha, originalmente, do noroeste do subcontinente indiano.


Essas populações constituem minorias étnicas em inúmeros países, entre a Índia e o Atlântico, e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi adotado pela União Romani Internacional ( em romani: Romano Internacionalno Jekhetanipe) e pelas Nações Unidas.



Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:
Rom ou roma propriamente ditos, presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
 Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamados manoush;
Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.


Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes.


Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.


Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[16] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.



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