Optchá meu Povo Cigano!!

Optchá meu Povo Cigano!!
Fatima Silva Amaya

Gitana Fatima Silva Amaya

11 de abril de 2011

Tradições Ciganas

O Casamento

É ponto de honra entre os ciganos, tanto que os solteiros tem uma posição menos privilegiada.
Os ciganos não aceitam poligamia, se o casamento não der certo pode ser desfeito, e tanto o homem quanto à mulher poderão se casar outras vezes, e o dote (daró) será dividido.
O pedido de casamento era feito em volta da fogueira, lá se resolviam os dotes e tudo mais. É bom casar pessoas do mesmo grupo, ou da mesma tribo, porque este se fortalecia muito mais.
Uma cigana só não pode casar por três motivos:
- Quando o Pai tem uma filha mais velha para casar.
- Quando tem uma filha que arca com o sustento do grupo.
- Quando há incompatibilidade entre as duas famílias.

Não aceitar o casamento por outros motivos que não seja os acima citados, é ferir o código de honra dos ciganos, e isto trás brigas entre as famílias.
O noivado durará no máximo quatro meses, e com pouca intimidade. Enquanto se prepara o casamento, a família do noivo conseguirá mais dinheiro para custear a festa que durará de três a cinco dias. Chama-se abiéu. O dote, o traje de casamento e o enxoval será custeado pelo pai do noivo. Antigamente quem presidia o casamento era o chefe da tribo; hoje é o pai do noivo, e será ele ou o padrinho de casamento que pegará um pedaço de pão e misturará ao sal, repartirará o pão e dará aos noivos dizendo: “Cana burri tiça olondi, au murrô cadé vurri tinrromę”, que quer dizer: “Quando o pão e o sal perderem o sabor, vocês não terão mais amor um pelo outro.” No outro pedaço será feito a mesma coisa, só acrescentando uma moeda de ouro para simbolizar riqueza e sorte.
Em algumas tribos os parentes da noiva carregam durante a cerimônia, um lenço vermelho que simboliza a pureza da noiva, quando for comprovada a virgindade, este mesmo lenço será usado na sua cabeça (dikrô). Em outras tribos são feitos os laços de sangue. Após o casamento são depositados no Darrô, jóias, dinheiro, presentes para os noivos. Alguns ciganos dizem que a prova da lacha (virgindade) é usada como uma forma de preservar as tradições ciganas, outros afirmam que este ritual é muito importante. Caso não haja uma comprovação da lacha, o noivo é quem decide se fica ou não com a noiva. A sogra lhe mostrará a nova roupa e lhe colocará o lenço, e ela passará a morar com os sogros até o nascimento do 1º filho.





A Morte



É um assunto sagrado. Os mortos para os ciganos continuam vivos, estão investidos de todo o poder para vir ajudá-los em todas as circunstâncias. As pessoas morrem para velar pelos seus que ficaram na terra. Por isto é um morto-vivo (mulô).
Sabe-se pouco sobre o tema morte entre os ciganos e eles tem muito respeito em falar de morto, porque falar de morto é traí-lo e pode provocá-lo através do Bibakt, que é um castigo para o cigano. Os ciganos acham que os antepassados estejam onde estiverem, sempre protegem a tribo e suas tradições. Se houver falecimento dentro da tchęra, tudo deverá ser queimado, menos fotografias e dinheiro, tudo que ele ama deverá ser enterrado com ele, suas roupas, chapéus e objetos que estimava muito.





 
Romana



Ritual feito ao morto, pode variar de tribo para tribo, mas geralmente é feito com um mês de falecimento. Ao completar seis meses de falecimento e no aniversário do seu falecimento, é feito um Phuri-day. Preparam-se as comidas que o falecido mais gostava em vida e todos os parentes se sentam ŕ mesa. Sobre a cadeira do morto, os seus pertences, que não foram enterrados junto com ele. Ao término do jantar os pertences e mais a comida serão jogados no rio. Quando o morto é criança, o luto é mais prolongado. Os homens não fazem mais barba e as mulheres andam de luto a vida inteira. No caixão são colocadas moedas de ouro para pagar a travessia da morte.